MPE pede prisão preventiva de investigados por morte de maranhenses em Cuiabá

O Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) pediu a conversão da prisão de temporária para preventiva, nesta sexta-feira (17), de sete acusados do assassinato de quatro maranhenses que desapareceram em maio de 2021, em Cuiabá. O MP ainda requereu à Justiça a prisão preventiva de um dos autores do crime que continua foragido.

Na quinta-feira (16), a polícia indiciou oito pessoas por participação no desaparecimento das vítimas. Eles devem responder por sequestros e homicídios qualificados, ocultação de cadáver e integração de organização criminosa. Uma pessoa foi indiciada por falso testemunho e responde em liberdade.

No pedido do MP, o promotor Vinicius Gahyva Martins, responsável pela denúncia, salientou que o caso pode provocar grande repercussão junto à sociedade, o que justifica a adoção de medidas mais restritivas aos investigados.

 

“A conveniência da medida deve ser regulada pela sensibilidade do juiz à reação do meio ambiente à prática delituosa: a forma e execução do crime, a conduta do acusado, antes e depois do ilícito, e outras circunstâncias podem provocar imensa repercussão e clamor público, abalando a própria garantia da ordem pública, impondo-se a medida como garantia do próprio prestígio e segurança da atividade”, disse, no documento.

 

Conforme o promotor Martins, a condição de foragido de um dos criminosos pode estimular o sentimento de impunidade, além de demonstrar o que os demais integrantes do grupo podem fazer em liberdade.

“Procurando-se evitar com a medida que os criminosos pratiquem novos crimes, quer porque sejam acentuadamente propensos à prática delituosa, quer porque, em liberdade, encontrarão os mesmos estímulos relacionados com a infração cometida”, salientou.

Segundo Martins, os investigados integravam uma organização criminosa com forte atuação no estado.

 

Relembre o caso

 

Vítimas se mudaram para a capital em busca de trabalho. — Foto: Polícia Civil

Vítimas se mudaram para a capital em busca de trabalho. — Foto: Polícia Civil

No dia 24 de janeiro, a Polícia Civil cumpriu, durante a Operação Kalýpto, 18 mandados de prisão e de busca e apreensão contra integrantes de uma facção criminosa, que determinou um “tribunal do crime” porque julgaram que as quatro vítimas pertenciam a outra facção e, desta forma, resolveram assassinar os jovens – dois irmãos, um cunhado e um amigo.

Segundo a polícia, os quatro desapareceram há quase dois anos, de um conjunto de quitinetes onde moravam, no Bairro Jardim Renascer, na Capital. Tiago e Geraldo eram irmãos, Clemilton era cunhado deles, e Paulo era amigo dos três.

No dia seguinte, familiares de duas vítimas procuraram a Polícia Civil e registraram um boletim pelo desaparecimento. Quatro dias após o desaparecimento, a equipe recebeu informações de que um morador do Jardim Renascer estaria envolvido no desaparecimento das vítimas.

Mortes

 

A investigação da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apurou que as vítimas foram decapitadas, tiveram dedos amputados e, um do dos homens, foi atingido por um disparo no peito. Outras duas foram mortas com tiros na nuca.

Os suspeitos devem responder por homicídio triplamente qualificado — impossibilidade de defesa, motivo torpe e meio cruel — além de ocultação de cadáver, sequestro e integração de organização criminosa.

A DHPP realizou buscas para descobrir a localização dos corpos das vítimas, que até o momento estão desaparecidos.

“Ao se tratar de crimes praticados por integrantes de organização criminosa, a busca do maior e melhor suporte informativo é necessária para esclarecer quem são os autores e como agiram, assim como localizar os corpos”, destacou o delegado Caio Fernando.

Além de condenar as quatro vítimas a um tribunal da facção, os integrantes da organização criminosa responsáveis pelas mortes, também coagiram familiares das vítimas, que foram obrigados a ir embora de Cuiabá.

Por G MT

 

 

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