Dez prioridades são apresentadas para aumentar negócios, investimentos e inovação no BRICS

Dez prioridades são apresentadas para aumentar negócios, investimentos e inovação no BRICS
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Dez prioridades foram destacadas, entre as 23 recomendações, no relatório anual do Conselho Empresarial do BRICS para a relação ente o setor privado e os cinco países membros: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A apresentação do relatório anual do Conselho é parte da XI Cúpula de Líderes do BRICS, que terminou, nesta quinta-feira (14), em Brasília (DF).

A metas são melhorar o ambiente de negócios, facilitar investimentos e fomentar a inovação em nove áreas principais: agronegócios, serviços financeiros, energia e economia verde, infraestrutura, aviação regional, desregulamentação, manufaturados, economia digital e desenvolvimento de competências.

Para assegurar o diálogo entre setores empresariais e governos, o Conselho propõe: acordos para simplificação de procedimentos aduaneiros e redução de prazos e custos nas operações de comércio exterior; definição de pontos para responder dúvidas de investimentos diretos e estoques de investimentos; conectividade das áreas remotas; biotecnologia para a sustentabilidade na agricultura; harmonização de regulamentos sanitários e fitossanitários; troca de experiências práticas em gestão de resíduos; diminuição dos riscos para empresas privadas; apoio a projetos de infraestrutura; inventário de melhores práticas em aviação; e currículos comuns na educação técnica e profissional.

Em discurso, o presidente Jair Bolsonaro ressaltou as ações brasileiras na área. “Uma das prioridades da presidência brasileira no BRICS foi estimular o diálogo e o conhecimento das demandas do setor privado. Essa prioridade reflete também o objetivo do governo brasileiro de recuperar a economia nacional por meio da desestatização, do investimento privado e de uma ampla agenda de reformas em favor do equilíbrio fiscal e da melhora do ambiente de negócios”.

Para o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, o grupo precisa “dobrar esforços na indústria de transformação digital”. Ele defendeu a criação de um banco de dados de investimento.

“A revolução tecnológica abre novas oportunidades, mas o unilateralismo e o protecionismo estão aumentando”, chamou a atenção o presidente da China, Xi Jinping. Ele também pediu aos demais países que lutem contra as mudanças climáticas, aumentando a capacidade de pesquisa, e destacou a necessidade de mais cooperação na área de economia digital.

O Conselho Empresarial do BRICS foi criado em 2013, para ser a principal instância de diálogo entre o setor privado e os governos dos cinco países. “Os cinco primeiros anos de existência do Conselho foram fundamentais para o fortalecimento da cooperação ente os setores privados e para identificação de novos negócios. Entre 2015 e 2018, contribuímos com um crescimento de 22% da economia de nossos países”, disse o presidente do Conselho, Jackson Schneider.

Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS

O próximo passo do Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS será aumentar os recursos “com plano de incluir o euro, já que há interesse crescente dos países-membros”, anunciou o presidente da instituição, Kundapur Vaman Kamath.

Segundo ele, “o principal diferencial em relação aos outros bancos é fazer os empréstimos na moeda local”. O presidente da Rússia, Vladimir Putin concorda. “Acreditamos que nossas moedas são conversíveis”, disse.

Putin anunciou que, em 2020, será criado o terceiro escritório regional do Banco em Moscou, na  Rússia. A primeira fica em Joanesburgo, na África do Sul, e a segunda está sendo criada pelo Brasil em São Paulo. A sede do NDB fica em Xangai, na China.

Já o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, gostaria de ver o Banco do BRICS agindo em uma “escala global até 2021”. Para ele, “deveria beneficiar outros mercados emergentes e países, não só os países-membros”. O presidente sul-africano lembrou que seria uma forma de integrar o continente africano. “Precisamos nunca perder de vista sua missão de desenvolvimento”.

Elaborar um mapa de metas para alcançar um volume de US$ 500 bilhões no comércio entre os países membros é o pedido do primeiro ministro da Índia, Narendra Modi. Ele também solicitou ações para estimular startups, fomento agropecuário e universalização da saúde.

Os países comemoraram os resultados. “Conquistamos em quatro anos o que os outros bancos de desenvolvimento levaram décadas”, celebrou Kamath. A partir de 2020, o Banco será capaz de suportar de US$ 8 a US$ 10 bilhões de empréstimos anuais. A ideia é fazer com que as reservas cheguem a US$ 75 bilhões. “Isso coloca o Banco no mesmo nível dos melhores bancos de desenvolvimento multilateral do mundo”, destacou.

O Novo Banco de Desenvolvimento do BRICS financia projetos de infraestrutura e desenvolvimento nos países do bloco. Nele, os cinco países recebem financiamento e também ajudam a construir e custear os projetos no interior do bloco.

No Brasil, por exemplo, foram financiados projetos de energia renovável e de telecomunicações em áreas remotas. Na Rússia, centros culturais históricos, de tecnologia digital no sistema jurídico e de expansão da educação superior. Na Índia, há projetos de conectividade de áreas rurais e mercados, recursos hídricos e transporte urbano. E na China de reabilitação e restauração de bens ambientais.

Bruno Bairros

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